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Segundo ciclo de expansão da ETH virá do exterior

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Escrito por Cátia Luz e Patrícia Cançado, de O Estado de S.Paulo   
Seg, 07 de Novembro de 2011 00:00

Empresa deve anunciar entrada em Angola e estuda viabilidade econômica de usinas no México e Colômbia.

 

SÃO PAULO - Até o fim do ano, a ETH deve anunciar a entrada em Angola, com a compra da parte da sua controladora Odebrecht na Biocom - usina construída pela empreiteira com um sócio privado e a Sonangol, a estatal de petróleo daquele país.

 

Com investimentos estimados em US$ 400 milhões e foco no mercado local, a usina terá capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas por ano e deve produzir etanol, açúcar e energia na safra 2013.


Além da África, há projetos na América Latina. A empresa analisa a viabilidade econômica da construção de usinas no México e na Colômbia. Nesses casos, a intenção é atender o mercado local e exportar para os Estados Unidos.

 

A nova fase também vai exigir investimentos bilionários - embora o total ainda não esteja calculado. Mas, ao contrário do começo, a ETH pretende financiar o crescimento com geração de caixa próprio. Dos R$ 6 bilhões gastos até março de 2011, R$ 4,5 bilhões são dívida.


A velocidade com que a companhia entrou para o time dos grandes impressiona até os concorrentes. Contratar 15 mil pessoas - e formar boa parte delas - num setor que tem dificuldade de encontrar mão de obra é considerado o feito mais notável.

 

No mercado, costuma-se dizer que a ETH uniu o poder de execução de grandes obras da Odebrecht com a experiência industrial da Braskem. Mas seu grande desafio agora é provar que o modelo escolhido - com foco em etanol, produção em áreas não tradicionais de plantio de cana e construção de usinas do zero - será bem sucedido.


No Brasil, tradicionalmente as usinas são preparadas para produzir tanto etanol quanto açúcar. Nas safras em que o açúcar está bem cotado no mercado internacional, os produtores destinam uma parte maior da cana para a produção da commodity.

 

Quando o açúcar está barato, produzem mais etanol (cujo preço está atrelado ao da gasolina, regulado pelo governo). Assim, eles ganham uma flexibilidade comercial - que a ETH não tem. Das nove usinas, só duas produzem açúcar, justamente as que foram compradas em 2007 e estão no Sudeste do País.


"A ETH vai acabar entrando em açúcar. O mix é que dá equilíbrio ao negócio. Não sei qual é o plano deles em alcoolquímica (produção de novas moléculas com cana-de-açúcar), mas vai precisar ser muito consistente para viabilizar o negócio", afirma o usineiro Maurilio Biaggi. "A empresa vai ter alguma dificuldade nas áreas onde está, mas vai dar uma contribuição técnica muito grande para o setor."


Na opinião de Plínio Nastari, da consultoria Datagro, os outros desafios são agrícola e de logística. "Eles estão distantes dos principais mercados consumidores. Além disso, não se sabe como a cultura da cana vai se adaptar ao clima e às condições de solo da região (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)", diz Nastari.


A opção de crescer com usinas novas já não compensa tanto quanto antes. "Colocar uma usina (indústria e lavoura) de pé custa hoje de US$ 160 a US$ 170 por tonelada de cana. Em 2007, custava US$ 80", diz Eduardo Pereira de Carvalho, ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) e consultor de fusões e aquisições do setor.


Concorrência. E o mercado, quatro anos depois, é outro. Os competidores da ETH hoje são grupos muito mais fortes. "A entrada de grandes empresas mudou o patamar de produtividade e de gestão no setor", diz Kleber Alencar, executivo de agronegócios da Accenture. "E ainda há espaço para consolidação."


Segundo Marcos Jank, presidente da Unica, o Brasil tem hoje cerca de 430 usinas nas mãos de 150 grupos econômicos. "Até agora, os consolidadores têm sido as petroleiras e os grandes grupos do agronegócio", diz.


A Shell puxou a fila das petroleiras, associando-se com a Cosan. Multinacionais como Tereos, Dreyfus e Bunge, que já estavam no setor, ganharam mais peso. No fim do ano passado, o grupo Noble, de Hong Kong, comprou, por US$ 1 bilhão, a Usina Cerradinho.

 

A petroleira britânica BP perdeu essa briga, mas acabou levando, em abril, a CNAA, por US$ 680 milhões. A Total é outra gigante do petróleo de olho em aquisições no Brasil. É considerada uma forte candidata a levar a Clealco.


A Petrobrás já é sócia de três grupos em dez usinas, que produziram quase 1 bilhão de litros de etanol no ano passado. No mercado, especula-se que a estatal seja uma parceira para a ETH no futuro, embora a Petrobrás Biocombustível ainda não tenha dado nenhuma demonstração pública nesse sentido.


Hoje, o controle da ETH está nas mãos da Odebrecht, que tem como sócios os japoneses da Sojitz e os ex-acionistas da Brenco - os fundos Tarpon, Ashmore e o BNDESPar. Quando comprou a Brenco, a ETH assumiu o compromisso de negociar ações em bolsa até 2014, abrindo, assim, uma janela de saída para os sócios - e de entrada de novos.

 

Fonte: O Estado de São Paulo

 

Grupo Agrofit.

 

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